Economia de Pandemia – Dúvidas e Paradoxos

Ainda ninguém se lembrou de perguntar ao Governo por que é que um país com a região mais afectada ao nível da península, a região Norte, é dos que menos vão gastar com a recuperação e ajudas para combater a pandemia? Alguém perguntou se há plano específico para esta região? é para continuar a montar tendas cá fora com hospitais privados ao lado? Continue a ler Economia de Pandemia – Dúvidas e Paradoxos

Bairro da Jamaika: Intervenção musculada acentua desigualdade

Não é discutível a necessidade de travar a concentração de pessoas e, sequentemente, conter a propagação viral associada. O que é absolutamente condenável são os moldes em que tal decorreu. Note-se que ante uma necessidade similar, como a verificada no âmbito das plataformas logísticas na Azambuja, a intervenção institucional não conheceu qualquer repressão policial, não se tendo avistado ali o forte dispositivo utilizado no Bairro da Jamaica. Continue a ler Bairro da Jamaika: Intervenção musculada acentua desigualdade

Medo

Apesar de morrerem mais de cento e vinte pessoas por minuto em todo o mundo (worldbirthsanddeaths.com) devido à fome, à morte natural, por doença ou acidente, a imprensa só relata óbitos por Covid-19. É triste saber que a atual epidemia já matou mais de trezentas mil pessoas. Porém, é assustador pressentir que um certo medo mergulhou milhões de outras num pânico geral. Percebamos que este … Continue a ler Medo

Depois do vírus, a fome

Por um novo caminho no interesse dos/das trabalhadores/as e do povo
i) Proibição de despedimentos e pagamento integral dos salários dos trabalhadores em lay off; combate à uberização do trabalho; revisão do código de trabalho; jornada de 35 horas no privado, sem perda de salário; aumento geral dos salários garantindo o poder de compra às famílias em tempos de crise;
ii) Readmissão de todos os trabalhadores/as despedidos/as ou dispensados/as desde o início da pandemia;
iii) Salário mínimo nacional deve ser a referência mínima para os apoios em emergência social a todos/as os/as que perderam rendimentos do trabalho;
iv) Apoio sem endividamento às micro e pequenas empresas;
v) Reforço do SNS, requisição e mobilização de meios dos hospitais privados para aumento da resposta a outras patologias preteridas pela covid-19;
vi) Distribuição gratuita de máscaras comunitárias, requisição pública de máscaras cirúrgicas e comunitárias e controlo dos preços do gel desinfetante;
vii) Controlo público da banca e desprivatização de sectores estratégicos para o relançamento da economia e do emprego, medidas para maior soberania alimentar, transição energética e digital, combate à crise ambiental e às alterações climáticas, num modelo planeado para maior autonomia industrial;
viii) Adoção de medidas anticíclicas para estimular a economia e o emprego, rejeitando a austeridade, as políticas do euro e do semestre europeu. Continue a ler Depois do vírus, a fome

Covid-19: o que diz quem está no terreno? 15 de Maio | 21h30

O combate ao COVID-19 é transversal. Do pré-hospitalar, aos lares e unidades de saúde, importa conhecer as vivências das trabalhadoras e trabalhadores na linha da frente, o que pensam e que perspectivas têm para o futuro do seu papel na sociedade, que agora, como antes, se mostra indispensável, embora pouco valorizado ao nível remuneratório e das condições de trabalho.
Ouvir e aprender com os intervenientes no terreno, dando voz a profissionais das mais diversas áreas clínicas e sociais. Debate aberto, onde todas e todos podem participar.
15 de maio | 21h30|https://meet.jit.si/covid19quemestanoterreno Continue a ler Covid-19: o que diz quem está no terreno? 15 de Maio | 21h30

Isto também passará!

Foi preciso ter medo para que Marcelo, Costa e Rio afirmassem que a banca não pode ganhar dinheiro com a crise do coronavírus. Não há nada que os atormente mais do que pôr em risco a sobrevivência do ser humano. A subsistência deles… Por tudo isto, deixo o alerta: não esperem o surgimento de um “demiurgo”, criador de um novo mundo através das trevas, pois “também isto passará”. Daqui as uns dias, após todas as palmas e cantorias e ações de caridade mútua, os serviços públicos perderão o palco político e os agentes infeciosos do costume serão novamente louvados.  Continue a ler Isto também passará!

O dinheiro que falta para pagar a crise

Neste período de cada vez mais frequentes crises financeiras e económicas globais é preciso ser claro: Não existe falta de capital no mundo. É necessário ir buscá-lo onde ele se acumula: nas grandes fortunas, nos offshores, na banca e nos fundos de investimento e nos seus retornos milionários. Bem como na miríade de empresas subsidiárias fictícias das grandes corporações por onde se escapam ao pagamento de impostos. Continue a ler O dinheiro que falta para pagar a crise

Entre Armani e Versace, desfila o vírus – por Alice Brito

O caso italiano repete-se, talvez numa dimensão menos assustadora, por essa Europa fora. Mas não só. De repente o mundo tropeçou na pandemia. Quarentenas sucessivas são decretadas. Governos reclamam mais poderes para poder atacar o vírus. À sombra da peçonha, Órban, na Hungria, faz xeque-mate às liberdades mínimas, prolongando o estado de alarme indefinidamente. Um perfeito golpe de estado.
Da nossa Europa, de quem se esperava uma decência mínima, um ministro holandês grunhe obstáculos e semeia culpabilidades contra medidas económicas que permitiriam um alento básico a países como Espanha, Portugal e Itália.
Europa tonta, contaminada, doente. Hesita, titubeia, chuta para canto. Continue a ler Entre Armani e Versace, desfila o vírus – por Alice Brito

Rui Moreira e os seus estados de emergência

Não sabemos se a medida alegadamente ventilada pela Directora-Geral poderia ou não ser eficaz. Porém, tendo ou não razão, se não acatar as ordens da autoridade de saúde, Rui Moreira poderá, no limite, ser preso. Ele e qualquer cidadão/trabalhador que se recuse a acatar ou desempenhar uma decisão ou tarefa que o Governo ache necessária, mesmo que o cidadão/trabalhador conclua que não estão reunidas as condições de segurança ou equidade para as fazer. O direito à resistência (e à greve, no que o Governo achar por bem) está suspenso, nos termos do estado de emergência. E não deveria. Esperemos que não haja necessidade de o usar. Porém, relembro que não foi apenas Rui Moreira a pedir, aconselhar ou a autorizar com o seu voto, o estado de emergência. Continue a ler Rui Moreira e os seus estados de emergência