Haverá falta de professores?

A assessora do senhor Director é peremptória: “tenho dois filhos no ensino superior, e já lhes disse, está fora de questão, virem para o ensino, nem pensar”. Descontado o sadismo – as condições laborais que impõe aos seus subordinados não são adequadas para os seus…- afirmação é reveladora do contexto socio profissional dos professores. Muito reveladora tendo em conta quem a produz. Aquela dirigente escolar … Continue a ler Haverá falta de professores?

Interrupção lectiva, sem desligar da rede. Significado e serventia.

Imagine-se uma Escola Básica. Sendo um lugar fantástico, o exercício permite grande liberdade. Oito horas da noite, mais uma reunião de professores directores de turma, os presentes são informados que, terminadas as aulas, devem estar atentos à sua caixa de correio. Até 28 de Dezembro irão receber um e-mail da Direcção da Escola com informação, de seguida, devem proceder ao envio das avaliações aos Encarregados … Continue a ler Interrupção lectiva, sem desligar da rede. Significado e serventia.

No pátio dois miúdos ouvem música.

Numa escola básica, a meio da manhã, no pátio dois miúdos ouvem música no telemóvel. Estão sozinhos, pontuam o espaço vazio. São alunos do 3º ciclo, a idade e as retenções repetidas conduziram-nos para um percurso educativo diferenciado. Assistem a parte das disciplinas do seu nível de escolaridade com a turma, noutras desenvolvem trabalhos específicos acompanhados por um professor. Naquela manhã estavam numa dessas aulas, … Continue a ler No pátio dois miúdos ouvem música.

Greve, professores, sindicatos e …desencontro.

A última greve de professores (dia 11 de Dezembro) apontou como revindicações: aplicar medidas de prevenção e segurança adequadas à gravidade da crise pandémica; rejuvenescer a profissão (aposentação e pré-reforma); eliminar os abusos e ilegalidades nos horários de trabalho; aprovar regimes justos de vinculação e concursos; impedir a imposição de filmagens e transmissão de aulas presenciais… Eram tantas e, sobretudo, tão básicas as reivindicações. Em … Continue a ler Greve, professores, sindicatos e …desencontro.

Ciganito! E se fosse um aluno.

Esta semana o Encarregado de Educação de José anulou a matrícula do seu educando no Agrupamento de Escolas. Afinal, o rapaz completou 18 anos e, depois de repetidas retenções, frequentava o 8º ano de escolaridade; que futuro? Já antes, o primo de José fizera um trajecto similar, mas mais modesto. Anulou a matrícula quando completou 18 anos e, depois de repetidas retenções, frequentava o 7º … Continue a ler Ciganito! E se fosse um aluno.

Escola Pública. Um redondo vocábulo e uma soma agreste?

Não sei ler as cartas. Nem deitar outras sortes. Mas temo que este contexto de pandemia seja aproveitado pela tutela para realizar alterações e mudanças questionáveis ou até problemáticas. Perante a incerteza são apresentados factos consumados. Veja-se a introdução do programa de Mentoria na Escola Pública. Não foi antecedido de qualquer debate. Nem houve tempo para suscitar dúvidas. Vai ser implementado. Ponto. Continue a ler Escola Pública. Um redondo vocábulo e uma soma agreste?

A minha cor é a minha herança?

A manifestação anti-racista de dia 6 de Junho foi pródiga em slogans. Sobre a pertinência de muitos e o desajuste de alguns já se falou e escreveu. Ainda assim, teimo em reter um deles: “A minha cor é a minha herança”. A cor é a da pele, suponho. Assumindo essa leitura, a afirmação parece inquestionável. De tão natural. No entanto, está longe de o ser. … Continue a ler A minha cor é a minha herança?

Quase invisíveis

As escolas secundárias acabaram de reabrir. Muito se tem falado de professores e alunos, quase nada dos Auxiliares de Acção Educativa, vulgo, funcionários. Todavia, imagino que os últimos dias tenham sido para estes profissionais mais trabalhosos e cansativos. Afinal, são eles quem realizaram as operações materiais necessárias à reabertura das escolas. Da reconfiguração das salas à acomodação da logística. São a indispensável força de trabalho. Continue a ler Quase invisíveis

Na Escola dos Directores haverá lugar à esquerda?

Desde logo, porque o peso das autarquias no Conselho Geral é determinante e condiciona o voto das instituições suas subsidiárias. A municipalização já está instalada. Desconheço um Director que tenha sido eleito ao arrepio do poder autárquico. Ao invés, conheço quem tenha sido destituído por incompatibilidade com o partido hegemónico na localidade. A crescente dependência das escolas face aos municípios só virá acentuar esta politização, o Director será cada vez mais um cargo de nomeação política. De resto, a subserviência política do cargo pode ser, particularmente, notória em momentos de crise. Lembro-me sempre daquele Director, ex-assessor de um presidente de câmara de esquerda, substituído, no espaço duma tarde, por uma conselheira nacional de um partido de direita acabado de chegar ao governo. Continue a ler Na Escola dos Directores haverá lugar à esquerda?