A notícia chegou de Maputo, ao início de uma manhã de outubro. A distância, a imprevisibilidade, a falta de informação sobre o que de facto tinha acontecido, envolvia o choque violento numa quase incredibilidade. Passaram mais de três anos. Ainda hoje é estranho não descortinar a Ana Paula Canotilho nas grandes mobilizações dos professores que a encheriam de felicidade.
A homenagem que hoje, 8 de março, tem lugar no Sindicato dos Professores do Norte ocorre num dia especial e bem apropriado – o Dia Internacional das Mulheres. A Paula era uma mulher de muitas causas, como refere o livro que lhe é dedicado. Ana Paula Canotilho era artista, professora e investigadora. Foi dirigente da UDP, dirigente feminista na UMAR, dirigente do Sindicato de Professores do Norte, membro do Conselho Nacional da CGTP, militante e dirigente do Bloco de Esquerda, promotora da plataforma ecossocialista Convergência.
Licenciou-se em Design Industrial, na Escola Superior de Artes e Design de Matosinhos, em 1997. Era Mestre e Doutora em Ciências da Educação pela FPCE da Universidade do Porto, com uma tese sobre Arte e Violência de Género. Era investigadora integrada do CIEG – Centro Interdisciplinar de Estudos de Género do ISCSP-UL.
Ana Paula Canotilho foi uma lutadora solidária e incansável pela igualdade, contra todas as discriminações, pela justiça social, contra a indignidade e as várias formas de exploração, pela democracia, por mudanças sociais e pelo socialismo. Hoje celebra-se a vida de uma profissional, ativista e mulher de mão cheia!
