Num fim de manhã ensolarado de Inverno, pelas ruas de granito do Porto fez-se história, com o ato público de irmanamento galego-português. Em irmandade legítima e sentida a plataforma Convergência uniu-se ao Movimento Estreleira (movimento de base que luta pela manutenção da língua galega como língua nacional de um Galiza independente do Estado espanhol).

Realizou-se uma colorida caminhada pelo centro histórico: um mar de bandeiras estreleiras brancas e azuis, no centro com a estrela comum, aquela que une os povos socialistas do mundo. Acompanhados por gaiteiros e bombos, foram feitas paragens no Jardim do Palácio de Cristal e no coreto do Jardim da Cordoaria onde, em uníssono, foi cantada a “Grândola Vila Morena” e o “Hino da Galiza”. Iconicamente, foram desfraldadas as bandeiras de Portugal e da Galiza na ponte D. Luís, na fronteira Sul da república galega.

O simbolismo deste ato remonta a mais de dois mil anos atrás. É deste Sul que parte o general Décimo Júnio Bruto à conquista do Noroeste da Península e aí encontra tribos com costumes e hábitos comuns, que as denominou sob um mesmo nome: Galiza.
Gentes com hábitos semelhantes e uma língua comum, a galaico-portuguesa, que unidas se mantiveram até ao século XII, sob o Reino Suevo.
São os interesses de elites externas e não a vontade do popular que divide este povo e estabelece novas fronteiras a sul e a norte do rio Minho e se separam em reinos diferente. Indiscutível a importância da manutenção de uma língua galega mais próxima ao português moderno que ao castelhano. Indubitável a proximidade cultural de todo o noroeste peninsular, legítima a luta popular pela independência desta região periférica subjugada sob o regime fascista e não menos esquecida pela democracia burguesa pós-franquista.
A Convergência – Plataforma Ecossocialista não fica indiferente face à luta pela autodeterminação legítima dos povos, sempre que este movimento seja de base, participativo e popular.