por Luís Mouga Lopes
O fundo ambiental é um apoio extraordinário para o setor dos transportes públicos, iniciado em 2021, que visa minimizar os efeitos negativos do contexto atual dos preços dos combustíveis e das alterações climáticas. Este fundo, de par com outras artimanhas “blá blá blá”, visa acabar com o ininterrupto abalo às condições sociais e tapar as contrariedades maiores do sistema capitalista com a peneira: o desenvolvimento imensurável da economia global…
Ao mesmo tempo que os políticos deitam algum muito dinheiro para cima dos problemas, os “donos disto tudo” reforçam a necessidade ilimitada de escoar os diversos tipos de produtos e serviços: comida de todas as cores e feitios, medo (entregue ao desbarato), dívida (obrigação moral em relação às dívidas impostas pelos neoliberais, entre outros, pelos artistas da Banca e do Estado), armamento militar (guerra), veículos elétricos, roupa peculiar, arte lixo, romances e contos muitos (recheados de pormenores bem observados e registados, apesar de não conterem vestígios de sentimento vivido), alimentos enlatados e processados, utensílios com que cozinhamos e engordamos, fertilizantes e detergentes e, voilá, medicamentos arco-íris para nos proteger contra tudo o que escrevi anteriormente, contra as doenças oferecidas nos supermercados e, claro, contra o mal maior: o comunismo.
Mas há mais! A inflação, o bicho papão que rouba poder de compra às famílias limitando o seu consumo… seja ele qual for. Mas nem tudo é mau, pois os cidadãos não pensionistas, que ganham até 2.700 euros brutos por mês, estão a receber um cheque de 125 euros (valor sujeito a descontos)! Este outro programa, que se poderia chamar “melhor do que nada”, servirá para apoiar os rendimentos das famílias portuguesas. Enfim! É pena ver Costa a imitar Cavaco e Coelho, preferindo a “cultura de banco alimentar” – mantendo os lucros dos oligopólios (energia, retalho e banca) intocáveis – a ajudar, realmente, a sociedade, tributando os lucros extraordinários decorrentes da subida dos juros e do aumento das comissões bancárias; a distribuir equitativamente tal riqueza.
Tome nota: os lucros dos cinco principais bancos a operar em Portugal (BCP, Santander, CGD, BPI e Novo Banco) aumentaram 78% nos primeiros seis meses do ano, face ao mesmo período do ano passado. No mesmo período, os valores das comissões bancárias voltaram a subir, tendo sido cobrados 1.222 milhões de euros. Julgo que o governo poderia, caso não fosse cobarde e liberal, impor medidas de justiça social, visando os bancos e as empresas que estão a lucrar com a crise; proibindo comissões e preços especulativos pois, devido ao que já é habitual, a tais salgalhadas, a verdade é que a perda de poder de compra das remunerações médias por trabalhador ronda os 6%, sendo a maior redução desde o tempo da Troika (austeridade); uma das maiores da OCDE (33 Países).
Por fim, deixo outra vintena: se, a curto prazo, não mudarmos de rota, logo perceberemos que a diversidade do planeta se esgotou, ficando comprimida numa nação (instituição privada), num governo (imperialista informal), numa lei (globalista), num interesse “yankee“ público-privado ou “русские” aduaneiro!
Luís Mouga Lopes