por José Cardoso Moura
O Socialismo foi derrotado por dentro, uma nova classe autocrática emerge a partir dos dirigentes ávidos de poder e de benesses autopromovidas.
A semente é desde logo introduzida no seio dos partidos e da luta parlamentar, os especialistas da linguagem inflamada, os oradores, educam as suas capacidades de ilusão e de engano das massas populares mesmo que o conteúdo do discurso seja inexistente mas aparentemente interessante.
Mesmo nas assembleias populares, estas associações organizadas para derrotar e esmagar os oponentes funcionam eficientes para promoverem a vitória do grupo dirigente, tudo valendo desde a calúnia, a chantagem e a ameaça aos seus oponentes.
Um novo modelo de luta e de futura organização da democracia socialista deve emergir das cinzas do domínio das classes dirigentes de forma a criar a sociedade sem classes, o Socialismo.
Um novo modelo de luta, desde logo sem dirigentes, entre camaradas todos com o mesmo poder, sem qualquer hierarquia, organizado de acordo com os saberes e contribuições das diversas profissões da sociedade.
Na Comuna de Paris, o Povo organizou-se de acordo com as profissões, não existia a profissão de revolucionário porque todos o eram, não existia a profissão de parlamentar porque a mentira não tinha atingido o estatuto de profissão e os mandriões e fala barato facilmente desmascarados pela sua incapacidade profissional.
Dentro de cada profissão serão eleitos grupos temporários de representantes, desde logo com funções bem definidas e duração limitada. Nenhum representante pode atingir o estatuto de dirigente e não pode ser reconduzido em qualquer cargo político.
A luta política contra o sistema classista e de domínio capitalista só pode ser conduzida através de Assembleias Populares, com exclusão da luta parlamentar porque os representantes populares serão amovíveis e altamente conhecedores do domínio dos temas em análise porque não são oradores mas sim os próprios trabalhadores.
A difusão das ideias socialistas far-se-á através de meios de comunicação populares, com estrutura internacional e internacionalista, as lutas populares não terão dirigentes especialistas e a redacção destes órgãos nunca poderá ficar nas mãos de donos da palavra, a palavra é remetida, na sua simplicidade e crueza para as massas populares organizadas.
Apenas sobre esta base social pode emergir um verdadeiro ECOSOCIALISMO, popular, solidário e revolucionário.

Claro que há para aqui idealismo a dar com um pau! – Mas também é verdade que, desde sempre, os novos caminhos sempre tiveram essa componente associada. E é preferível idealismo do que a chafurdice em que se encontra a tal “democracia”. Irra! já não há quem aguente!
nelson
GostarGostar