- Sobre a Resolução Política
A resolução proposta pela CP pouco adianta para alimentar o Bloco com uma dinâmica que o ajude no esclarecimento dos cidadãos sobre as causas e consequências da brutalidade da guerra na Ucrânia, ou no apoio à mobilização dos trabalhadores face à situação de precariedade e de empobrecimento, de austeridade numa palavra, com que estão confrontados.
Isso já estava claro com uma Conferência em que se falou muito e se adiantou nada a não ser ter ficado clara a necessidade de uma Convenção com poder para, a partir de um balanço político sério, traçar os caminhos para as grandes lutas que se avizinham.
A guerra com que Putin assola a Ucrânia e provoca a Europa não mereceu do Bloco uma crítica ao entusiamo europeu em obedecer à estratégia dos EUA de sacrificar o povo ucraniano “para enfraquecer a Rússia”, e cito os Secretários da Defesa e de Estado porta-vozes do complexo industrial militar norte-americano.
Não se demarca da posição do Parlamento Europeu de incentivo ao armamento e à preparação para a guerra, como se não soubesse que esse nunca pode ser o caminho. Nem condena as posições rastejantes do Presidente da República nem do Primeiro Ministro.
«Se queres a paz prepara a paz, não a guerra»
O investimento sério numa Defesa Civil, (protecção civil) deve substituir a despesa em armamento como aliás há mais de uma década tive a ousadia de propor num Bloco tão temeroso dos militares. Mesmo em caso de guerra nuclear é a única opção racional, necessária e possível: responder ao desastre na defesa e salvação de pessoas e bens
Importante a referência à Palestina estraçalhada e martirizada pelo Estado de Israel.
O BE condena o Estado sionista, mas nada diz dos Estados europeus, especialmente o nosso, cúmplices activos do genocídio (segundo as definições da própria ONU) do povo palestiniano.
Quanto ao OE, o BE analisa, caracteriza e propõe. E apresenta muitas propostas à maioria absoluta. A palavra chave é: “a confirmar-se”…
E em vez de se dirigir aos trabalhadores apelando à luta e à solidariedade com essa luta, guarda apenas para o parlamento a resposta.
Temos saudades da Greta Thunberg ou a guerra fez-nos esquecê-la?
Temos receio de exigir subida drástica de impostos aos ricos e sua redução a quem trabalha? Fim do pacote laboral, defesa do SNS, fixação dos preços, proibição de despedimentos, em que ficamos? Apelamos ou não à luta contra a austeridade?
O horário de trabalho é igual ao de 1866. Quantos milhares por cento aumentou a produtividade até hoje? Quem beneficiou bestialmente? (O termo é mesmo este!)
Apontar para 90% de impostos para rendimentos – todos saídos da especulação e da fuga aos impostos – acima dos 400 mil €, além de ser justo é uma base objectiva para um programa que denuncie sustentada e claramente o esbulho que sofre quem trabalha.
O regozijo com o programa e a vitória de Mélanchon, será o começo da autocrítica, que temos exigido sem êxito, da política submissa e da falha de polarização política do Bloco? Afinal vamos ter Bloco na rua a chamar pr’à luta?
2. Sobre as sanções
A proposta de sanções a vários camaradas associada ao pedido de demissões individuais, obriga-nos a procurar a raiz das coisas como é da natureza de um partido revolucionário.
Considero que a razão principal vamos encontrá-la no défice de funcionamento democrático, na centralização burocrática e no desrespeito pelas opiniões divergentes, ou apenas diferentes, e nas limitações à iniciativa política dos organismos de base.
A propósito convém lembrar que o défice de debate e discussão política, nunca poderá ser colmatado por qualquer escola por útil que esta possa ser desde que não pregue ideologia mas tenha como base a prática social e a sua abordagem empírica com critérios científicos que são os únicos aceitáveis na política revolucionária.
Esta leva, com sabor a purga, é pouco consentânea com a história do Bloco que ao longo da sua vida – já não é nenhuma criança! – sempre soube navegar no pluralismo e na articulação sensata das várias opiniões e opções; aliás o Bloco nasceu exactamente estruturado nessa pluralidade democrática como raiz da acção revolucionária.
Para responder adequadamente a esta situação propomos acção efectiva a montante: a Mesa constituir um grupo de trabalho, em que participem representantes das várias tendências ou sensibilidades, que identifique as causas do inegável mal estar criado contra quem não concorda com a linha maioritária do Secretariado, e crie as condições de superação do clima de confronto, suspeição, distanciamento, sectarismo por vezes afrontoso com que frequentemente nos deparamos.
O Bloco é demasiado importante para correr o risco de soçobrar num ambiente de sectarismo e confronto indesculpáveis.
3. Intervenção não escrita em apoio da Convenção
a direçao nacional escolheu os candidatos a deputados em alguns distritos em vez de serem as distritais,primeiro erro.
segundo erro,rolaram as cabeças de 14 deputados nas ultimas eleiçoes,mas nao rolou nenhuma cabeça da direçao nacional,parece que nao se passou nada,
terceiro erro,teem sido afastados pela direçao nacional alguns militantes que nao concordam com a linha politica ou certos ideais politicos da parte da direçao nacional.
GostarGostar