Nesta segunda-feira o PS apresentou as suas linhas gerais e 12 grandes prioridades que, no seu entender, visam pôr Portugal no bom caminho.
O programa curto de mais, é cheio de banalidades e as propostas são mais do mesmo, questionando-se um leitor mais atento o porquê de alguns assuntos não terem sido começados ou resolvidos na legislatura anterior, dados os contributos dos partidos à sua esquerda.
Na Habitação, o programa é a cópia do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), ou seja, o programa de habitação para 26.000 famílias carenciadas, mais 15.000 camas para estudantes e cerca de 4.000 fogos destinados para dividir entre famílias carenciadas e programas de renda acessível.
Na Saúde, oferece um aumento do período normal do trabalho por contrapartida de um acréscimo remuneratório aos seus trabalhadores, noutro ponto diz que vai valorizar a carreira dos enfermeiros.
Na Educação apresenta três parágrafos. O primeiro, uma mão cheia de nada, tipo vamos organizar a sociedade, professores, pais e educadores, alunos e comunidades locais com vista a um ensino melhor; o segundo parágrafo promete que vai mudar o regime de recrutamento; e o terceiro fala sobre a reestruturação da carreira docente, não dizendo como.
Sobre as questões do trabalho, o programa nada diz!!!
Durante a semana começaram as promessas a pataco: são os 900 euros de salário mínimo para 2026, é a semana com 4 dias de trabalho e as creches gratuitas.
O programa do PS é uma contrariedade em si mesmo, senão vejamos:
– Na habitação não apresenta uma única ideia, limitando-se a copiar o orçamentado no PRR;
– Na saúde fala nos enfermeiros e esquece-se dos médicos e de outras classes profissionais e auxiliares de saúde; por um lado promete 4 dias de trabalho por semana (tipo ideia modernaça), mas por outro lado aponta que o aumento salarial tendo como contrapartida mais horas trabalhadas;
– Na educação, os professores vão ter as suas carreiras melhoradas e os acessos às carreiras clarificados; pergunto: passado este tempo todo, 6 anos de governação, com os contributos e as soluções apresentadas, estes assuntos já não deviam estar resolvidos? Mais uma promessa!
O PS é um partido adiado com um programa contraditório. Para os tempos que aí vem precisávamos de um programa robusto, consistente e que fosse convergente com as outras forças de esquerda, com vista a construir um Portugal moderno e solidário.
O Bloco de Esquerda para contribuir para a solução do Portugal humanista, solidário e socialista, que procura a igualdade e uma melhor distribuição da riqueza, afirma-se com as soluções que protagoniza, mostrando estar à altura dos desafios futuros.
O Bloco de Esquerda contribuiu para o diagnóstico dos males que Portugal enferma e apontou e aponta soluções para a resolução dos problemas, como a dignificação das carreiras da educação, da saúde e condições de acesso a uma habitação decente, assim como a luta pelos direitos humanos e sociais, dos trabalhadores e inclusão dos mais desfavorecidos e incompreendidos na sociedade. Estas são as principais bandeiras que nos fazem lutar na construção do Portugal do futuro.
Viva o Bloco de Esquerda!!!
* João Luís

O Jão colocou bem todas as questões, mas há um aspecto cuja falta é gritante. Nem o João nem nenhum dos debatentes aludiu seriamente à política externa. É como se ela não existisse. É como se as graves ameças bélicas fossem varridas para debaixo do tapete. Como se a UE e as suas corporações estivessem em sonolência, como se a agenda do rápido aprofundamento da federalização made in Germany fosse um projecto distante. Como se a crescente inflação internacional fortemente impulsionada pelo QE só afectasse os outros. Como o se apocalipse climático, na boca de um dos figurões televisivos apenas fosse motivo de paródia. Esse alheamento, essa alienação vamos pagá-la bem caro. Oxalá me engane.
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