Os trabalhadores dos CTT estão em greve nesta sexta-feira e manifestam-se frente ao Ministério das Finanças, por aumentos salariais e melhores condições de trabalho, pela admissão de novos trabalhadores, contra a degradação do serviço prestado à população e em defesa da renacionalização da empresa.
O Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT) e a Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans), que convocaram a greve, acusam a administração da empresa de estar a destruir os CTT .

Esta frente sindical integra na sua luta a exigência de serviços de qualidade à população, contra a deterioração do serviço postal, o que também implica aumento dos postos de trabalho para que seja prestado um serviço de qualidade.
Além de salários justos e dignos e da necessidade de admissão de trabalhadores efetivos, a paralisação reclama igualmente a alteração do modelo organizacional em todos os sectores da empresa.
A mobilização dos trabalhadores dos CTT é justa e oportuna, ao contrário do que refere a administração da empresa que ataca a greve e acusa os trabalhadores de terem “motivações políticas”. O facto é que os CTT deixaram de ser uma empresa fiável na prestação do serviço postal, apesar de estar obrigada a critérios de qualidade e de serviço público.
Isto acontece pelo desinvestimento da administração na garantia de um serviço de qualidade, com a diminuição das condições laborais e com a recusa em aumentar, de acordo com as necessidades, o quadro de pessoal. Quem tem motivações políticas é a administração dos CTT privatizados, a motivação da política de maximização dos lucros mesmo que seja à custa dos trabalhadores e da qualidade do serviço.
O Governo tem responsabilidades nesta situação. Devia ser exigente no cumprimento dos critérios, mas não o faz. A renacionalização é o caminho, como defendem os sindicatos.