Ainda sem que a pandemia do vírus SARS-CoV 2 (vulgo Covid) esteja debelada e com os seus malefícios provocados nos habitantes de todos os países – uns mais que outros – ainda em atividade, com perda de milhões de vidas humanas, as notícias que enchem os telejornais diários sobre catástrofes provocadas por fenómenos meteorológicos extremos, como cheias e incêndios devastadores, secas e tempestades destruidoras, etc., demonstram que o problema das alterações climáticas não pode ficar esquecido.
Neste mês de calor, as pessoas procuram férias para retemperar forças que as ajude a enfrentar mais um ano de trabalho. E também fazem por ter em conta, a sua segurança. Por isso e com todas as limitações que a Covid 19 nos impõe, as questões ambientais não podem perder protagonismo.
A verdade é que os efeitos globais das mudanças climáticas para as próximas décadas, não deixam de ser uma certeza e a natureza ressentir-se-á desses fatores, mais cedo do que tarde, como aliás já está a acontecer com cada vez maior frequência.
Um recente relatório das Nações Unidas (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) prevê que a temperatura global da superfície terrestre continue a aumentar até pelo menos meados deste século, considerando todos os cenários de emissões. O sistema e os seus governos não aprenderam nada, só a procura do lucro com um modelo de crescimento económico insustentável é que os move.
Até o fim do Século 21 poderá ocorrer um aquecimento global acima de 2 ° C, a menos que haja reduções profundas nas emissões de CO2 e de outros gases de efeito estufa nas próximas décadas.
No entanto, continuamos a não ver medidas concretas, urgentes e eficazes por parte dos países industrializados, os principais responsáveis pela situação que se receia vir a tornar-se irreversível a curto prazo. A emissão de gases oriunda dos transportes – e mais concretamente dos aéreos – e de uma atividade económica que permanece baseada em energias de origem fóssil contribuem, e assim irá continuar, para que cada vez mais se sinta no nosso Planeta, o tão indesejável aquecimento pelo efeito de estufa.
As estatísticas disponíveis mostram que a continuar tudo como agora – e com potencial aumento no futuro – fará com que os vindouros sintam na pele todos estes malefícios. Tem que haver coragem de uma vez por todas, para que os países mais industrializados (para bem da humanidade) decidam uma redução drástica destes poluidores, sobre pena de mais tarde, a humanidade passar por momentos tão nefastos à sua saúde e depois já nada haver que fazer para solucionar este caos climático/poluidor que coloca em causa os sistemas ecológicos.
Apelar ao bom senso do sistema (capitalismo) é como “chover no molhado”. O que se torna necessário por parte de todos/as é o reforço do movimento que exige medidas sérias contra as múltiplas formas de poluição e que juntos façamos o que se espera: LUTAR POR UM MUNDO MELHOR.
* António Ramoa

Para agravar ainda mais o que ficou dito, e que já é bastante, temos de interiorizar a noção essencial de que mesmo uma paragem generalizada agora, ainda que utópica, só lentamente poderá começar a ter efeitos num período dilatado no tempo. Ou seja, a problemática continuará a agravar-se e escapar ao controlo, mesmo que tentemos reverter de imediato o caminho suicidário que temos trilhado, devido à inércia implicada em todas as questões ambientais. Como não se vislumbra ainda nenhuma paragem substancial para os tempos mais próximos, isso quer dizer que continuaremos inexorávelmente a descer o plano inclinado, com todas as inerentes consequências.
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