Realiza-se nos próximos dias 22 e 23 de maio a XII Convenção do partido, com a eleição de novos membros para os órgãos da estrutura partidária, a análise e discussão das medidas e das opções políticas para o futuro, através de debate entre as várias moções.
Ao longo destes últimos meses os aderentes têm realizado inúmeros encontros virtuais por este país fora, e além-fronteiras, com o objetivo de enriquecer o partido e fortalecer as nossas posições para fortalecer as lutas sociais, as batalhas eleitorais e outras que se perspetivam.
Será uma etapa que marcará um novo ciclo na história do nosso partido.
Um novo caminho a trilhar, com novas caras e mais vozes ativas, para discutir e decidir o futuro político, com uma nova dinâmica e outra posturas no panorama político, mas sempre com o objetivo de reanimar um partido que se vem enfraquecendo na estratégia e no desenvolvimento junto de quem faz parte dos pilares bloquistas: as bases.
Nunca assistimos a uma tão desenfreada contagem de armas por parte de quem vê a terra a desmoronar aos seus pés, tentando por todos os meios ao seu alcance, juntar os cacos que ao longo dos últimos anos se vão desalinhando.
É notório o reconhecimento público de casos de conflito interno que atingem essencialmente os aderentes das bases, que não se conformando com as decisões da direção são perseguidos e ameaçados com represálias, especialmente por parte de coordenadoras distritais com um elo de ligação com o poder centralizado, como se tivessem tarefas a apresentar, qual trabalho de casa.
Aproveitando o estado de pandemia e de calamidade em que nos encontramos há mais de um ano, a direção do partido, aproveitou-se dessa situação para reduzir o número de delegados à próxima Convenção, prejudicando seriamente as regiões com menos aderentes a favor daquelas onde se centram o maior número de aderentes, deputados, funcionários e toda a cúpula em que se apoia a centralização do poder.
Embora a direção do partido tente contrariar a nossa crítica, tendo os deputados como porta-vozes, em vários debates, não poderá esquecer as declarações de Catarina Martins que, em reação à proposta de outros partidos de reduzir o número de deputados, rotulou tal medida como «batota eleitoral».
Uma das grandes diferenças relativamente às Convenções anteriores assenta na grande adesão de aderentes, essencialmente desligados dos poderes decisórios centralistas do partido, na Moção “E”, que está a originar uma alteração em toda a máquina partidária. Não estavam à espera da força das bases.
Esperando um resultado positivo na eleição de delegados à próxima Convenção, nada ficará como antes, em todas as regiões do país e, por consequência, revitalizando as bases, incentivando a um maior número de adesões dos simpatizantes e apoiantes no Bloco.
É tempo de alterar o estado em que o partido se encontra, dando uma maior importância à descentralização, revitalizando os órgãos eleitos, exigindo à comissão de direitos uma total independência e isenção quanto aos processos que lhe são apresentados.
Todos nós, que temos nas veias as raízes do Bloco, olhamos o futuro com confiança e esperança de retomarmos o lugar que queremos reforçar, nomeadamente no combate a partidos de extrema-direita que utilizam métodos populistas, usando as bandeiras das causas sociais e fraturantes pretendendo alterar o espetro da governação.
* Adelino Granja