A XII Convenção Nacional do BE, que se realizará nos próximos dias 22 e 23 de Maio, no Porto, constituirá um marco na História, onde serão debatidas questões relevantes para que o Partido volte a um lugar de referência na defesa dos trabalhadores e dos movimentos sociais, como na égide da sua fundação.
Debater-se-ão ideias entre aqueles que se centralizaram no parlamentarismo e numa organização assente num grupo blindado de funcionários, assente na moção “A”, e um outro grupo de aderentes que vem discutindo, há mais de um ano, um conjunto de objectivos ligados às bases do Partido, abraçando a luta dos trabalhadores e das classes mais desprotegidas, que é a moção “E”.
Com o lema “Enfrentar o Empobrecimento. Polarizar à Esquerda”, a moção “E” coloca um conjunto de objectivos, para que o BE defenda, nas suas linhas vermelhas, as causas sociais.
O BE tem que regressar às suas origens, partilhando vontades que nunca poderão ser limitadas aos órgãos dirigentes, mas descentralizadas pelas bases, junto da população, dos trabalhadores, jovens, mulheres e cidadãos que se vêm afastando dos partidos pela inércia ou passividade destes.
A luta de classes – como se vem assistindo no nosso país, pela forte solidariedade junto da Grounforce, TAP, Galp de Matosinhos, EFACEC, empresas vidreiras da Marinha Grande, entre outras, em que os trabalhadores lutam pela manutenção ou recuperação dos seus direitos – terá que ser uma das metas de qualquer partido de esquerde com uma visão socialista, contra um capitalismo que se aproveita deste tipo de estado de emergência, para aniquilar direitos conquistados com a Revolução de Abril.
O BE terá que baixar a sua visão de muleta do PS e de institucionalização governamental, e juntar-se às bases, com o povo, reerguendo os pilares de uma democracia representativa, junto dos operários, dos trabalhadores rurais e dos mais desamparados nesta sociedade.
Os mais de 600 subscritores da Moção “E” exigem um investimento no SNS, reforçando as suas estruturas, mas não esquecendo as carreiras dos/das profissionais; garantir e aumentar os salários; assegurar 100% de salário em lay-off, aos pais e mães que ficam em casa com as crianças; garantir que os apoios ao rendimento não sejam inferiores ao SMN (Salário Mínimo Nacional); proibir os despedimentos, com base neste estado de emergência; proibir despejos, cortes de águas, eletricidade, gás e comunicações; taxar as grandes fortunas como forma de financiamento dos apoios sociais e investimento público.
Queremos “Enfrentar o Empobrecimento e Polarizar à Esquerda”!
Outro dos objectivos desta moção foca-se no respeito pelas bases, exigindo um espírito descentralizador, dando força às concelhias, às distritais e a núcleos de cidadãos que se formem localmente junto de empresas e escolas, no sentido de cativar homens e mulheres para integrarem as colunas de “combate” contra uma extrema-direita, em que o objectivo desses partidos/movimentos é ocupar o lugar dos partidos de extrema-esquerda, aplicando ditames dirigidos aos mais desfavorecidos, por forma a serem consistentes na suas falsas acções, com vista a atingirem o Poder.
É tempo de os partidos de esquerda, com uma visão revolucionária, cativarem os jovens para espalhar nas escolas e nas empresas os valores conquistados com a Revolução de Abril, reforçando a nossa identidade.
Na próxima Convenção do BE tentaremos encontrar soluções para que o Partido regresse às origens e assente as suas estratégias junto das bases, principalmente nas zonas do interior, em que o reduzido número de deputados a eleger terá que deixar de ser um motivo para desprezar os e as aderentes que não têm voz activa no Partido.
Vamos à luta!
Por um Partido virado para a luta de classes, erguendo as bandeiras conquistadas com a Revolução de Abril!
* Adelino Granja
Um bom texto, uma boa síntese dos princípios que nos regem na XII Convenção e, por isso, um texto mobilizador dos delegados e aderentes do BE.
Força, camaradas!
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