Vários aderentes apresentaram, ontem, um conjunto de propostas de alteração aos Estatutos do Bloco de Esquerda. Estas propostas foram enviadas à Comissão Organizadora da XII Convenção e serão publicadas no Caderno deBatEs #2, a sair no próximo dia 9 de abril, para serem dadas a conhecer a todo o universo bloquista.
Este conjunto significativo de propostas segue uma linha crítica e propositiva que, de acordo com os/as subscritores/as das propostas, quer recuperar a ideia fundadora da pluralidade do Movimento e o princípio da cooperação democrática entre sensibilidades.
Um partido verticalizado, excessivamente centralizado no parlamento, dirigido de cima para baixo, que se tem funcionalizado numa perspetiva dirigista e desvalorizadora da participação, está a criar uma entorse que diminui a democracia interna, reduz o envolvimento dos aderentes na decisão e evita a discussão ampla a todos os níveis.
Os subscritores das propostas procuram ser exigentes com o funcionamento de um Movimento que tem a responsabilidade, não menos exigente, da transformação social. Começam por questionar de forma desassombrada:
– Que partido queremos? Será possível e recomendável a limitação de mandatos dentro do Bloco? Imaginas poder votar em listas abertas? E se as Concelhias tivessem autonomia no seu próprio âmbito e de acordo com a orientação política geral do Movimento? Podemos garantir o respeito pelas decisões dos plenários no exercício efetivo das suas competências? Convocar referendos pode ser mais fácil e, fazê-los, ser muito útil para o debate, a participação e a consolidação militante? Ter menos funcionários e mais debate plural nos órgãos é possível sem que o Movimento perca capacidade de execução e ganhe em democracia e participação?
É a estas e outras perguntas que as/os Delegados/as serão convidas/os a responder na XII Convenção. É uma oportunidade ímpar e o espaço próprio para reforçar o quadro democrático do Partido/Movimento, a autonomia de decisão dos órgãos ao diversos níveis, a participação e a discussão plural. É preciso ganhar este momento e esta oportunidade, referem os/as subscritores das propostas, para que o Bloco cresça e se fortaleça.
CONVERGÊNCIA 
Naturalmente que as propostas e as perguntas são muito oportunas e fazem todo o sentido, mas parece que ninguém se atreve a avançar com as razões do estado a que as coisas chegaram.
Porque será?
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Porque nós, os que sentimos o que o nosso Povo necessita porque com ele nos confundimos, temos estado apáticos e aceitado que nos indiquem o caminho. Temos que ter presente que o caminho é nosso e só nós é que o devemos caminhar e escolher.
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