Em reunião de Câmara Municipal de Lisboa (CML), hoje realizada, foi votada e aprovada por unanimidade (PS+CPL, CDS, PSD, PCP e BE) uma moção de condenação de atos racistas e xenófobos recentemente ocorridos na região de Lisboa, da iniciativa da vereadora Paula Marques (CPL), também subscrita posteriormente pelo presidente Fernando Medina e pelos vereadores João Paulo Saraiva (CPL), Miguel Gaspar (PS), Ricardo Veludo (PS) e Manuel Grilo (BE).
O texto da moção refere que “na passada sexta feira surgiram várias pinturas com mensagens racistas, xenófobas e de incitamento ao ódio e à violência nos muros do Centro de Acolhimento a Refugiados na Bobadela, nas paredes de várias escolas públicas e numa pintura de homenagem a José Carvalho, na Amadora, assassinado em 1989 pela extrema direita, bem como na sede distrital do BE em Lisboa.”
A moção aprovada por unanimidade em reunião da CML, considera que “estas mensagens são incitamentos e ameaças sobre vidas concretas”, não sendo possível “permitir que um país onde graffitis numa estátua de 2017 sejam apelidados de violência sobre a história e cultura, sem que essa mesmo país reaja, com fulgor a graffitis que prometem a morte a pessoas, de carne e osso, com base na sua origem ou etnia.”
O documento entende que as mensagens racistas, xenófobas e de incitamento ao ódio e à violência “representam uma ameaça à Constituição e atacam a dignidade humana” e exige que “os autores morais e materiais de tal afronta à CRP, à democracia e à sociedade sejam responsabilizados, apresentando-se o Estado como garante de uma força que se opõe à intimidação e perseguição de concidadãos.”
Finalmente, a Câmara afirma que um país e uma cidade multicultural como Lisboa não podem ceder em nenhuma medida a quem pretende promover ideias racistas e xenófobas, e delibera “repudiar todas as ações racistas, xenófobas ocorridas em Lisboa e na Área Metropolita de Lisboa na última semana e declarar Lisboa cidade antirracista.”