Ao longo destes dias, vimos ovações aos profissionais da saúde, aos trabalhadores envolvidos na entrega e comercialização de bens essenciais, aos professores, etc. São os mesmos profissionais que, ano após ano, são desvalorizados e ridicularizados nas suas lutas por um trabalho com melhores condições (inclusive por muitos que agora os aplaudem).
Muitos no país tiveram um especial cuidado em lembrar os trabalhadores precários, sobretudo empregados no sector da prestação de serviços. Profissionais mal pagos, sem regulação de horários, pagando eles próprios muitas vezes as ferramentas de trabalho e sem reconhecimento da sua área profissional. Tão pouco existe legislação que realmente os proteja. São intencionalmente esquecidos por quem os deveria proteger através, pelo menos, da lei.
Muitos trabalhadores e empresas tiveram de adaptar a sua forma de operar devido às circunstâncias impostas. Surgiram dificuldades tanto a nível dos recursos como dos limites de privacidade. Há que lembrar que não somos definidos pela profissão que temos. Na maioria das vezes que nos perguntam quem somos, respondemos com o que fazemos. Nós somos muito mais do que as nossas profissões. Há tanto para lutar, ainda. Mas só se pode lutar quando há consciência que os problemas são reais.
É também por eles que se celebra o 1º de Maio.